Anatomia do clitóris: ele não é como você imagina.
Heloísa Noronha - Colaboração para Universa
Aquele "botãozinho de carne" que a leva a sensações incríveis
durante a masturbação ou quando outra pessoa estimula com os dedos ou
com a língua é muito mais complexo e maior do que você imagina, sabia?
Para começar, é bom ter ...
Para começar, é bom ter em mente que, na verdade, o clitóris tem
entre 8 e 9 centímetros. A título de comparação, vale lembrar que um
pênis em estado flácido, segundo um levantamento mundial publicado pela
revista científica "BJU International" mede em torno de 9,16 centímetros. Não podemos ver
tanta "exuberância" porque boa parte do clitóris é interna, mas existem
outras estruturas por trás do único órgão do corpo humano 100% dedicado
ao prazer.
Embora ainda seja alvo de mistério e desconhecimento, a real
"engrenagem" do clitóris foi desvendada pela urologista australiana
Helen O'Connell, da Universidade de Melbourne, em Sydney, há vinte anos.
Decepcionada com o fato de que os principais livros de referência sobre
anatomia traziam menções bem superficiais sobre o clitóris, ela decidiu
estudar o assunto por conta própria e descobriu que o órgão tem mais
nervos e vasos sanguíneos do que se supunha, além de partes não visíveis.
A palavra clitóris vem do grego "kleitoris", que significa pequeno
monte, e nasceu na Grécia Antiga. Foi Hipócrates, considerado o pai da
medicina, quem primeiro o mencionou em estudos. Para ele, a mulher
também produzia esperma e só tinha chances de engravidar se alcançasse o orgasmo. Ele
sugeria aos maridos que estimulassem o clitóris de suas esposas com a
finalidade de ter filhos. No século XII, Andreas Vesalius, médico belga
chamado de"o pai da anatomia moderna" e autor do atlas "De Humani Corporis
Fabrica", conseguiu identificar melhor com mais propriedade as primeiras
impressões realistas dos órgãos reprodutivos femininos.
Durante muito tempo foi difícil estabelecer uma função exata para o
clitóris - se em pleno 2018 a sexualidade feminina ainda é um tabu para
tantos, imagine pensar, em tempos remotos, num órgão tão
"pecaminoso".
Publicada em julho de 1998 no "The Journal of Urology", a pesquisa
de Helen O'Connell, portanto, é reveladora e muito útil. Em seus
estudos, a médica contou com a colaboração de John Hutson, especialista
em cirurgia de reconstituiçãogenital, e analisou, por meio de autópsias, a estrutura do clitóris
via microdissecção, que permite a identificação e separação de nervos e
de pequenos vasos. Entre as principais descobertas destaca-se o fato de
que a maior partedo clitóris se encontra no interior do corpo, algo que até mesmo a
anatomia mais recente havia desprezado até então.
O "botãozinho", tal e qual podemos ver, na verdade é a glande do
clitóris e fica onde os pequenos lábios se encontram, bem acima da
uretra. Essa glande tem um desempenho bem parecido com o do pênis. Com o
aumento do fluxo sanguíneo, a "cabeça" do clitóris fica ereta e dura como a de
um pau. Quando você puxa bem a pele em volta da para ver a ponta ficar
redondinha, e é essa parte mais inchada que e sensível ao toque que
produz grandes efeitos - e grandes orgasmos - quando acariciada.
Além dessa parte externa, há três internas: os crus, constituídos
de dois corpos cavernosos, que se unem e formam o corpo do clitóris - se
você reparar bem na ilustração, o clitóris é mesmo bem parecido com um
pênis. Existem também dois bulbos de tecido erétil - os chamados bulbos de vestíbulo -
que descem ao longo da vulva. Quando a mulher está muito excitada, esses
bulbos se enchem de sangue e incham, tornando a uretra e o canal
vaginal ainda mais sensíveis para o sexo. É por isso que quando você está louca
de tesão sente não só o clitóris pulsar, mas toda a parte em volta
também. E porque faz tanto sentido que a maior parte das mulheres chega
ao clímax com estímulos
clitorianos, não vaginais.
Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2018/05/12/anatomia-do-clitoris-ele-nao-e-como-voce-imagina.htm acesso 13/05/2015
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