sexta-feira, 17 de junho de 2011

Comunidade Terapêutica Pública (CTP)

Ex-viciado em Crack, prefeito funda 1.ª Comunidade Terapêutica Pública do País


A Comunidade Terapêutica Pública (CTP) Reviver é um projeto de recuperação de usuários de drogas desenvolvido em Cachoeirinha (RS) sob a administração da prefeitura. O espaço localizado em um recanto verde de 11 hectares do Distrito Industrial terá: telecentro, sala de ensino multiseriado e oficinas de padaria, de confeitaria, de plantação de hortifrutigranjeiros e de produção de fraldas geriátricas e pediátricas. Toda a estrutura foi montada com o apoio da sociedade civil e demais segmentos da região. Como por exemplo: equipamentos para as oficinas e os equipamentos de acessibilidade dos banheiros foram obtidos por meio de doações o que resultou em grande economia de custos ao Município.
Com a divulgação da Pesquisa Sobre a Situação do Crack nos Municípios Brasileiros no início de dezembro de 2010, diversos gestores entraram em contato com a Confederação Nacional de Municípios (CNM) para relatar os problemas causados por este mal e as medidas que estão adotando para tentar reverter à situação na sociedade local.
O estudo da CNM mostrou que o Crack já está em quase todos os Municípios brasileiros, mas o poder público tem despertado para combater essa praga que vem atingindo muitas famílias.
O caso de Cachoeirinha no Rio Grande do Sul chama a atenção não só pela implantação do novo órgão criado, o Comunidade Terapêutica Pública (CTP) Reviver, que será inaugurada no dia 12 de março e representa um projeto pioneiro no País. Mas, também pela história do prefeito Luiz Vicente Pires. Ex-viciado em drogas, inclusive no Crack, o prefeito conseguiu vencer a luta contra o vício, deu a volta por cima e agora prioriza no governo dele ações que levam esperança a pessoas que ainda sofrem por causa da dependência química.
Hoje, emocionado, Pires conta a sua história e se enche de motivação para ajudar quem se
encontra na mesma situação em que ele esteve durante mais de 30 anos de sua vida. De acordo com os seus relatos, a maconha foi a primeira droga que experimentou, mas dela passou a consumir bebidas fortes, a usar cocaína e, aos 30 anos, estava completamente afundado no Crack. Envolvido com drogas desde os 16 anos, histórico policial e arruinado, Pires foi em busca de ajuda. Uma possível recuperação começou aos 33 anos, após muito sofrimento. O prefeito conta que até chegou a ser condenado a seis anos de prisão, dos quais cumpriu três anos. Mas com força de vontade e o apoio da família – da esposa e dos quatro filhos – conseguiu vencer o processo de reabilitação e ressocialização. Foram nove meses de internação em uma comunidade terapêutica envolvido com atividades cotidianas e espirituais –conforme ele chama. “O poder público e a espiritualidade me ajudaram neste processo”, reconhece.



Depois de recuperado o prefeito começou a contar para as pessoas sua experiência com as drogas. “Comecei com palestras e reuniões em grupos”, conta Pires. E desta pequena iniciativa surgiu um grande representante da sociedade, apoiado pela comunidade local. Sem esconder, nem maquiar sua história, Pires foi galgando cargos públicos até a sua candidatura a prefeito. “Foi muito difícil o processo eleitoral, os adversários políticos usavam o caso para colocar dúvida nas pessoas em relação à minha condição de exviciado”, lembra.De toda a sua trajetória, o prefeito reconhece que a parte mais difícil é lidar com preconceito e a desconfiança das pessoas. Mas em seu caso ele teve sorte pois já era conhecido na cidade e teve o apoio da comunidade em geral. “As pessoas acreditaram em minha recuperação e fui um dos candidatos mais votados da história do Município”, relata.
Ao ser eleito prefeito, aquilo que era apenas uma pequena iniciativa se tornou uma política pública de recuperação a viciados e desta política a implantação do projeto Comunidade Terapêutica Pública. Com pesar Pires fala da discriminação. “O preconceito das pessoas, que não acreditam na recuperação, e a vergonha que a família passa é a parte mais difícil do processo de ressocialização”, desabafa. Ele também constata: “muitas vezes podemos perder um recém recuperado porque ele encontra muita dificuldade de retomar a confiança da sua comunidade”, lamenta. “A reinserção social de um ex-dependente químico ainda é muito difícil por causa do preconceito”, destaca.
Drogas e violência
A ligação entre drogas, violência e crimes também foram relatadas pelo prefeito durante a entrevista. “O Mundo das drogas está totalmente ligado às mazelas que acontecem. É na dependência química que se inicia a maioria dos crimes e das mortes”, atesta. Pires fala, não apenas por experiência própria, mas também pela confirmação obtida por meio de dados do Município e de pesquisa pública.
De acordo com o prefeito gaúcho, a localização de Cachoeirinha é um agravante para a entrada das drogas. Situado na região metropolitanos do Estado, o Município tem os 47 km² de extensão territorial e abriga mais de 118 mil habitantes, a maioria de classe média baixa. O que, de acordo com ele, é um indicativo de entrada maior de drogas.
No entanto, mesmo com as dificuldades administrativas, Pires conta que em seis anos, o projeto social de recuperação a viciados já mudou a vida de mais de 250 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos. Todos reabilitados e socializados. “Em 2008 éramos a cidade com maior índice de violência da região metropolitana do Rio Grande do Sul e atualmente, mostrou uma pesquisa de 2010, não estamos nem na lista das dez mais violentas”, celebra.
Este resultado ele julga ser apenas reflexo das políticas sociais, principalmente a de recuperação a drogados e de acompanhamento das famílias de dependentes químicos. “Estamos atingindo a marca de 23% de pessoas recuperadas, das mais de mil famílias encaminhadas”, contabiliza. O prefeito salienta: “não podemos esquecer que é um processo e às vezes pode ser um pouco demorado”. “É ressocializar, empregar e consolidar o grupo de ajuda”, Pires dá a receita.
Como voltar a ter uma vida social
O prefeito enfatiza que é fundamental inserir estas pessoas no mercado de trabalho e, neste aspecto, dá o exemplo: “Hoje na minha equipe de trabalho tem quatro exusuários de drogas em cargos comissionados e onze servidores efetivos, aprovados por meio de concurso”.

Veja mais sobre o assunto no site http://www.cnm.org.br/



Contato CNM:
Sede: SCRS 505 bloco C 3º andar • Cep 70350-530 • Brasília – DF • Tel/Fax: (61) 2101-6000
Escritório: Rua Marcílio Dias nº 574 – Bairro Menino de Deus • Cep 90130-000 • Porto Alegre – RS • Tel/Fax: (51) 3232-3330

Observatório do Crack - CNM

A Confederação Nacional dos Municípios - CNM - lançou o portal "Observatório do Crack" com objetivo de acompanhar o problema em todos os municípios indicando informações sobre a problemática do crack que avança em nossa sociedade.

O site contém informações sobre pesquisa feita pel CNM no ano de 2010 revelando que 98% dos municípios enfrentam problemas de consumo e circulaçãodo crack. O portal terá dados sobre práticas desenvolvidas nos municípios para combater o uos de crack. o site é www.cnm.org.br/crack. Há carencia de mais informações a respeito o uso da droga nos municipios e o portal vai possibilitar um aprodundamento sobre a questão. "Queremos tornar transparente o que não se sabe hoje", afirma Paulo Ziulkoski, presidente da CNM. (Jornal da Secretaria Municipal da Saúde - Goiânia/Goiás- Junho de 2011 - Ano I, nº 01, p. 10).

domingo, 8 de maio de 2011

Vigorexia e Ortorexia


TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL – VIGOREXIA E ORTOREXIA

Introdução
A adição ou dependência ao exercício, também chamada de Vigorexia ou Overtraining, em inglês, é um transtorno no qual as pessoas realizam práticas esportivas de forma continua, com uma valorização praticamente religiosa (fanatismo) ou a tal ponto de exigir constantemente seu corpo sem importar com eventuais conseqüências ou contra-indicações, mesmo medicamente orientadas.




É bastante curioso observar como as patologias mentais ou, no mínimo, os sintomas mentais evoluem e se transformam ao longo do tempo ou entre as diversas culturas, mostrando-se sensíveis às mudanças sócio-culturais. Observa-se que a prevalência das Doenças Mentais está absolutamente associada a uma época determinada e a determinados valores culturais.
A Vigorexia está nascendo no seio de uma sociedade consumista, competitiva, frívola até certo ponto e onde o culto à imagem acaba adquirindo, praticamente, a categoria de religião. A Vigorexia e, em geral os Transtornos Alimentares exemplificam bem a influência sociocultural na incidência de alguns transtornos emocionais.
Com toda certeza, a Vigorexia é uma das mais recentes patologias emocionais estimuladas pela cultura, e nem foi ainda catalogada como doença específica pelos manuais de classificação (CID.10 e DSM.IV).

A Vigorexia, mais comum em homens, se caracteriza por uma preocupação excessiva em ficar forte a todo custo. Apesar dos portadores desses transtornos serem bastante musculosos, passam horas na academia malhando e ainda assim se consideram fracos, magros e até esqueléticos. Uma das observações psicológicas desses pacientes é que têm vergonha do próprio corpo, recorrendo assim aos exercícios excessivos e à fórmulas mágicas para acelerar o fortalecimento, como por exemplo os esteróides anabolizantes.
As pesquisas sobre dependência (ou adicção) a quaisquer coisas caminham, hoje em dia, através da Psiquiatria, da Psicologia Experimental e da Neurobiologia no sentido de se identificar elementos emocionais e biológicos que contribuem para alterar o equilíbrio do prazer (homeostasia hedonista), levando assim à dependência ou adicção. A palavra "adicção", em português, é um neologismo técnico que quer dizer, de fato, "drogadicção".

O termo Vigorexia, ou Síndrome de Adônis, foi primeiramente assim denominado pelo psiquiatra americano Harrisom G. Pope, da Faculdade de Medicina de Harvarde, Massachusetts. Os estudos de Pope foram publicados na revista Psychosomatic Medicine com a observação de que cerca de um milhão de norte-americanos entre os nove milhões adeptos à musculação podem estar acometidos pela patologia emocional. As duas rexias, Anorexia e Vigorexia foram consideradas por Pope como doenças ligadas à perda de controle de impulsos narcisistas.
Apesar de todas as características clínicas da Vigorexia, vários autores não a consideram uma nova doença ou uma entidade clínica própria mas sim, uma manifestação clínica de um quadro já amplamente descrito; o Transtorno Dismórfico Corporal. Essa manifestação clínica separada seria o chamado Transtorno Dismórfico Muscular (ou Vigorexia).
Vigorexia ou Síndrome de Adônis


A escravização que as pessoas das sociedades civilizadas se submetem aos padrões de beleza tem sido um dos fatores sócio-culturais associados ao incremento da incidência dos Transtornos Dismórficos, sejam Corporais (associados à Anorexia e Bulimia) ou Musculares (Vigorexia).
O habitual desejável ao ser humano moderno é estar moderadamente preocupado com seu corpo, sem que essa preocupação se converta numa obsessão. O ideal desejável e sadio não é o padrão imposto pelas revistas de beleza e pelos modelos publicitários mas sim, estar satisfeito consigo mesmo e aceitar-se como é. Mas quem, na adolescência não se sentiu complexado alguma vez, ao menos pelo tamanho de seu nariz? Quem não sofreu com a acne na puberdade?
Tais complexos acabam gerando insegurança social, podem agravar a introversão e timidez. A atitude mais habitual, apesar de inocente, é acreditar que a timidez e insegurança sociais seriam resolvidas caso a pessoa fosse bela, forte, um modelo de homem perfeito, um corpo escultural. Nasce aí a obsessão de beleza física e perfeição, os quais se convertem em autênticas doenças emocionais, acompanhadas de severa ansiedade, depressão, fobias, atitudes compulsivas e repetitivas (olhadas seguidas no espelho) e que conduzem ao chamado Transtorno Dismórfico Corporal.
O termo Dismorfia Corporal foi proposto em 1886 pelo italiano Morselli. Freud descreveu o caso do "Homem Lobo", uma pessoa que, apesar de ter um excesso de pelos no corpo, centrava sua excessiva preocupação na forma e tamanho de seu nariz. Ele o via horrível, proeminente e cheio de cicatrizes.
Embora exista um grande número de pessoas mais ou menos preocupadas com sua aparência, para ser diagnosticado Dismorfia, deve haver sofrimento significativo e uma reiterada obsessão com alguma parte do corpo que impeça uma vida normal. Quando esse quadro todo se fixa na questão muscular, havendo uma busca obsessiva para uma silhueta perfeita, o transtorno se chamará Vigorexia ou Transtorno Dismórfico Muscular.
A busca de um corpo perfeito e musculoso a qualquer preço começa, então, a ser tratada como uma patologia. A Vigorexia, ou Síndrome de Adônis, é um transtorno emocional assim denominado pelo psiquiatra americano Harrison G. Pope da Faculdade de Medicina de Harvard, Massachusetts (veja a entrevista com Pope em Notícias PsiqWeb).
Os estudos de Pope foram publicados na revista Psychosomatic Medicine, e constaram da observação de adictos à musculação, e comprovaram que entre mais de 9 milhões de norte-americanos que freqüentam regularmente academias de ginástica, cerca de um milhão poderia estar acometido por este transtorno emocional.
A Vigorexia, como vimos pode ser sinônimo de Dismorfia Muscular (ou Transtorno Dismórfico Muscular) e não é casualidade que o nome Vigorexia rime com Anorexia.
As duas doenças promovem a distorção da imagem que os pacientes têm sobre si mesmos: os anoréxicos nunca se acham suficientemente magros, os Vigoréxicos nunca se acham suficientemente musculosos. Ambas podem ser consideradas como "patologias do narcisismo". Alguns autores já estão atribuindo o aparecimento da Vigorexia à moda e à um estilo de vida tipo "vigilante da praia".
Não se trata, simplesmente, de fazer exercícios para receber o diagnóstico de Vigorexia. Os exercícios orientados, com indicação médica ou terapêutica, recreativos e/ou de condicionamento continuam sendo muito bem vindos na medicina e na psiquiatria.
Entretanto, as pessoas que treinam exaustivamente, não apenas para se sentirem bem, mas para ficarem estupendos e perfeitos, são sérios candidatos ao diagnóstico de Vigorexia. Normalmente essas pessoas estão dispostas a manter uma dieta rigorosa, a tomar fármacos e a treinar duro para conseguir seu objetivo. Elas perdem a noção de sua própria corporeidade e nunca param ou ficam satisfeitos.
Os sintomas da Vigorexia se evidenciam pela obsessão em tornar-se musculosos. Essas pessoas olham-se constantemente no espelho e, apesar de musculosos, podem ver-se enfraquecidos ou distantes de seus ideais. Sentirem-se assim "incompletos", faz com que eles invistam todas as horas possíveis em exercícios e ginásticas para aumentar sua musculatura.
Es difícil estabelecer limites entre um exercício saudável e um exercício obsessivo, mas é bom lembrar que os vigoréxicos, além da musculação continuada, comem de forma atípica e exagerada. Esses pacientes se pesam várias vezes por dia e fazem continuadas comparações com outros companheiros de academia. A doença vai derivando num quadro obsessivo-compulsivo, de tal forma que eles se sentem fracassados, abandonam suas atividades e se isolam em academias dia e noite. Alguns anoréxicos podem chegar a ingerir mais de 4.500 calorias diárias (o normal para uma pessoa é 2.500), e sempre acompanhado por numerosos e perigosos complementos vitamínicos, hormonais e anabolizantes. Tudo isso é feito com o propósito de aumentar a massa muscular, mesmo tendo sido alertados quanto aos graves efeitos colaterais desse estilo de vida.
A Vigorexia deve ser considerada um transtorno da linhagem obsessivo-compulsiva, tanto pela obsessão em musculatura, pela compulsão aos exercícios e ingestão de substâncias que aumentam a massa muscular, quanto pela fragrante distorção do esquema corporal.
Todavia, apesar de ser clinicamente característica, a Vigorexia não está ainda incluída nas classificações tradicionais de transtornos mentais
Personalidade da Vigorexia
Podemos encontrar, entre portadores de Vigorexia, pessoas que só buscam a figura perfeita, influenciadas por modelos culturais atuais, ou esportistas que querem obsessivamente chegar a ser os melhores, exigindo insensatamente de seu organismo até sua meta ser alcançada. Recentemente temos visto também, entre os vigoréxicos, pessoas portadoras de personalidade introvertida, cuja timidez ou retraimento social favorecem uma busca do corpo perfeito como compensação aos sentimentos de inferioridade.
Estas pessoas possuem alguns traços característicos de personalidade, costumam ter baixa autoestima e muitas dificuldades para integrar-se socialmente, costumam ser introvertidas e podem, com freqüência, rejeitar ou aceitar com sofrimento a própria imagem corporal. Em alguns casos, a obsessão com o próprio corpo se parece muito com o mesmo fenômeno observado na anorexia nervosa.
O fisiculturismo é um dos esportes que mais comumente se relaciona com este tipo de transtorno, mas isso não significa que todos fisiculturistas tenham Vigorexia. Os vigoréxicos praticam seus esportes e ginásticas sem levar em conta ou sem se importarem com as condições climáticas, condições físicas limitadoras ou mesmo inadequações circunstanciais do dia-a-dia, chegando a sentirem-se incomodados ou culpados quando não podem realizar essas atividades.
Os critérios de diagnóstico para a Vigorexia ainda não estão claramente estabelecidos por tratar-se de um transtorno tornado freqüente mais recentemente, possivelmente depois da última edição do CID.10 e DSM.IV, portanto, ainda não reconhecido como um uma doença clássica e característica pelas classificações internacionais.
Conseqüências da Vigorexia
Uma das conseqüências da vigorexia ou overtraining, dizem respeito ao excesso de treinamento e às reações corporais que avisam, por assim dizer, que algo está errado. São reações semelhantes ao estresse tais como: insônia, falta de apetite, irritabilidade, desinteresse sexual, fraqueza, cansaço constante, dificuldade de concentração entre outras.
Além da obsessão com o corpo perfeito, a Vigorexia também produz uma importante mudança nos hábitos e atitudes dos pacientes, notadamente na questão alimentar. Até a mínima caloria ingerida será contabilizada e medida com máxima atenção, pois a beleza corporal dependerá disso. A vida do anoréxico gira em torno dos cuidados com seu corpo, sua dieta é minuciosamente regulada, eliminando-se totalmente as gorduras e, ao contrário, consumindo-se excessivamente as proteínas. Esse desequilíbrio alimentar acaba por sobrecarregar o fígado, obrigando-o a desempenhar um trabalho extra.
A Vigorexia causa problemas físicos e estéticos, como por exemplo, a desproporção displásica, também entre o corpo e cabeça, problemas ósseos e articulares devido ao peso excessivo, falta de agilidade e encurtamento de músculos e tendões.
A situação se agrava quando surge o consumo de esteróides e anabolizantes com o fim de conseguir "melhores resultados". O consumo destas sustâncias aumenta o risco de doenças cardiovasculares, lesões hepáticas, disfunções sexuais, diminuição do tamanho dos testículos e maior propensão ao câncer da próstata.
Emocionalmente, segundo estudos de Pope, a Vigorexia pode ter como conseqüência um quadro de Transtorno Obsessivo-conpulsivo, fazendo com que os pacientes se sintam fracassados e abandonem suas atividades sociais, inclusive de trabalho, com o propósito de treinar e exercitar-se sem descanso.
Costuma haver algum grau significativo de comprometimento social e/ou ocupacional nos pacientes portadores de Vigorexia, e sua qualidade de vida pode ser agravada ainda por procedimentos potencialmente iatrogênicos e onerosos, como tratamentos cirúrgicos e dermatológicos desnecessários.
Sintomas e Patologia da Vigorexia
Psiquiatricamente o quadro mais diretamente associado à Vigorexia é a chamada Dismorfia Muscular (ou Transtorno Dismórfico Muscular), uma patologia psíquica das pessoas excessivamente preocupadas com a própria aparência, constantemente insatisfeitas com seus músculos e continuadamente em obsessiva busca da perfeição.
O sintoma central parece ser uma distorção na percepção do próprio corpo e deste sintoma decorrem os demais, como por exemplo, a obsessão pelos exercícios e dietas especiais. Esse tipo de sintoma básico (percepção distorcida do próprio corpo) também é o sintoma principal dos transtornos alimentares.
Mangweth e cols, compararam 27 homens com diagnóstico de transtorno alimentar (sendo 17 com anorexia nervosa e 10 com bulimia nervosa), com 21 atletas masculinos e 21 homens normais não-atletas, usando um teste computadorizado da imagem do corpo, o "matrix somatomorphic". Quando era pedido para todos eles escolherem o corpo ideal que gostariam de ter, os homens com transtornos alimentares selecionaram uma imagem com a gordura de corpo muito próxima àquela escolhida pelos homens atletas e do grupo de controle.
Entretanto, havia grande diferença entre esses grupos quanto à percepção da imagem corporal, principalmente no tanto de gordura que a pessoa acredita ter. Os homens com transtornos alimentares se percebiam ser quase duas vezes mais gordos que realmente eram, e as pessoas do grupo controle não mostraram nenhuma tal distorção. Estes resultados foram muito semelhantes aos estudos realizados com mulheres portadoras de anorexia e bulimia, as quais também mostram uma percepção anormal da gordura corporal.
Há, nos vigoréxicos, uma inclinação patológica para o que se considera o protótipo do homem moderno, supostamente (e erroneamente, segundo pesquisa de Pope) desejável pelas mulheres. Há uma busca obsessiva em se tornar o modelo de homem, com um corpo fibroso, definido, musculoso, e devidamente glorificado pela televisão, pelo cinema, pelas revistas e passarelas de moda. A Vigorexia representa bem a sociedade onde "uma imagem vale mais que mil palavras", tornando os homens obcecados por seus corpos perfeitos.
A mesma preocupação e distorção com o esquema corporal constatado na Anorexia observa-se na Vigorexia. Na Anorexia as pacientes - geralmente mulher - acham-se ainda gordas, apensar de notavelmente magras e, na Vigorexia, acham-se fracas, apesar de notavelmente musculosas.
O problema é mais comum ter início na adolescência, período onde, naturalmente, as pessoas tendem a ser insatisfeitas com o próprio corpo e se submetem exageradamente aos ditames da cultura. Na adolescência existe uma pressão para as meninas se manterem magras e uma cobrança para que os meninos fiquem fortes e musculosos. A importância da identificação da Vigorexia precocemente, é no sentido de evitar que os adolescentes façam uso de drogas para obter os resultados desejados (ou fantasiados).
A Dismorfia Muscular é uma espécie de subdivisão de um quadro mais abrangente chamado de Transtorno Dismórfico Corporal, definido como uma preocupação com algum defeito imaginário na aparência física numa pessoa com aparência normal A Dismorfia Muscular seria uma alteração na percepção do esquema corporal, específica da estética muscular do corpo e não um defeito na percepção corporal imaginário qualquer. Os quadros mais comuns no Transtorno Dismórfico envolvem, principalmente, preocupações com defeitos faciais ou outras partes do corpo, cheiro corporal e aspectos da aparência. Quando diz respeito à visão distorcida e irreal da estética muscular falamos em Dismorfia Muscular.
O DSM.IV diz que a característica essencial do Transtorno Dismórfico Corporal (historicamente conhecido como Dismorfofobia) é uma preocupação com um defeito na aparência, sendo este defeito imaginado ou, se uma ligeira anomalia física está realmente presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva e desproporcional.

ORTOREXIA




Seguindo a moda das "exias", como Anorexia, Vigorexia, etc, descreve-se também, dentro das "patologias culturais", o exagero em dietas naturalistas. Essa obsessão dietética pode revelar sintomas de um transtorno recém batizado de Ortorexia Nervosa. A palavra é um neologismo baseado no grego, em que orthós significa "correto" e "verdadeiro", e oréxis quer dizer apetite.
Trata-se de um quadro onde o portador é alguém muito preocupado com os hábitos alimentares e dedica grande parte do tempo a planejar, comprar, preparar e fazer refeições. A diferença entre essa Ortorexia e a Síndrome do Gourmet, é que nesta não há nenhuma preocupação com os alimentos "politicamente corretos". Além de esse traço obsessivo alimentar, o paciente dispõe de um autocontrole rigoroso para não se render diante das tentações da mesa.



Aliás essas pessoas sentem-se superiores a quem se esbalda nos pecados das impurezas de um filé ao ponto ou de uma guloseima em calda de chocolate. Com o tempo esses pacientes acabam adotando comportamentos nutricionais cada vez mais restritivos, com prejuízo da sociabilidade ou, o que é pior, passam a ter uma desagradável iniciativa de convencer todo mundo a entrar para sua turma. Isso gera conflitos e dificuldades de relacionamento, arriscando a pessoa a ficar falando sozinha.

Como provável indício (pródromo) da Ortorexia surge a macrobiótica, com sua exclusividade no consumo de frutas, legumes e folhas. Na base da personalidade desses pacientes está uma forte inclinação obsessiva, tanto quanto se vê na Vigorexia, uma preocupação exagerada e tirânica com a perfeição e uma rigidez cega às normas e regras. Nesse sentido, entraria a alimentação considerada politicamente correta e pretensamente saudável.


Esses excessos de retidão dietética podem colocar a saúde da pessoa em sério risco devido à grande perda de peso e carência de componentes nutritivos. Os autores, de modo geral, acham cedo classificar esses casos como uma doença autônoma, preferindo considerá-los como variantes sintomáticos dos Transtornos Alimentares, da Anorexia ou da Vigorexia (Transtorno Dismórfico Corporal), ambos situados dentro do Espectro Obsessivo-Compulsivo.
Esse quadro não se trata, simplesmente, da pessoa ser vegetariana. Mesmo entre vegetarianos deve primar o bom senso, havendo aqueles que criticam a posturas mais radicais.

Os pacientes acometidos de Vigorexia compartilham com os portadores de Dismorfia Corporal e Anorexia os mesmos pensamentos obsessivos, e todos eles executam alguns rituais repetitivos diante do espelho, o qual sempre lhes mostra sua imagem distorcida.
Harrisom G. Pope descreveu esse quadro pela primeira vez em 1993, chamando-o inicialmente de Anorexia Reversa. Em seus últimos trabalhos Pope preferiu usar o termo "Complexo de Adônis", reconhecendo que os homens eram os principais acometidos e, mais raramente, algumas mulheres. Esse autor observou existirem muitos elementos em comum entre a Vigorexia e outros transtornos alimentares, notadamente com a Anorexia Nervosa. Apontou algumas das características em comum:
Características Comuns da Anorexia e da Vigorexia
1. Preocupação exagerada com o próprio corpo
2. Distorção da Imagem Corporal
3. Baixa autoestima
4. Personalidade Introvertida
5. Fatores sócio-culturais comuns
6. Tendência a automedicação
7. Idade de aparecimento igual (adolescência)
8. Modificações da dieta
Diferenças Básicas entre a Vigorexia e a Anorexia:
Anorexia: Autoimagem; Obeso; Automedicação; laxantes, diuréticos; Sexo Feminino Vigorexia: Autoimagem de fraco; Automedicação; anabolizantes;Sexo Masculino


Transtorno Dismórfico Corporal e Transtorno Dismórfico Muscular
Pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal sofrem de idéias persistentes sobre o modo como percebem a própria aparência corporal, portanto, todo paciente com Vigorexia tem também Transtorno Dismórfico Corporal. Esses pensamentos persistentes, intrusivos, difíceis de resistir, invadindo a consciência e em geral acompanhados por compulsões rituais de olhar-se no espelho constantemente seriam muito semelhantes aos pensamentos obsessivos dos pacientes com

Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Essas idéias obsessivas sobre defeitos no próprio corpo são, em geral, egodistônicas, ou seja, estão em desacordo com o gosto da pessoa, portanto, fazem a pessoa sofrer.
No Transtorno Dismórfico Corporal são mais comuns as queixas que envolvem defeitos faciais, como por exemplo a forma ou tamanho do nariz, do queixo, a calvície, etc. mas, não obstante podem envolver outros órgãos ou funções, como a preocupação com o cheiro corporal que exalam, mau hálito, odor dos pés, etc.
Choi1, Pope e Olivardia definem o Transtorno Dismórfico Muscular como uma nova síndrome onde as pessoas, geralmente homens, independentemente de sua musculatura (embora normalmente sejam bem desenvolvidos), têm uma opinião patológica a respeito do próprio corpo, acreditando terem uma musculatura muito pequena.
A co-morbidade do Transtorno Dismórfico Corporal ou de sua variante, o Transtorno Dismórfico Muscular (Dismorfia Muscular), com outros quadros psiquiátricos, tais como a Fobia Social, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, a Depressão e outros quadros delirantes é bastante freqüente. Com Depressão e Ansiedade essa co-morbidade chega a 50% dos casos, especialmente com quadros de ansiedade tipo Pânico.
Com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo clássico, Fobia Social e Anorexia Nervosa a comorbidade também é alta, em torno de 40%. Pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal em geral são perfeccionistas e podem ter traços de personalidade obsessivos ou esquizóides.
Critérios Diagnósticos para Transtorno Dismórfico Corporal
A. Preocupação com um imaginado defeito na aparência. Se uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva.
B. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
C. A preocupação não é melhor explicada por outro transtorno mental (por ex., insatisfação com a forma e o tamanho do corpo na Anorexia Nervosa).
Causas
Ainda que não se tenham dúvidas sobre o forte elemento sociocultural no desenvolvimento e na incidência da Vigorexia, também parece que a patologia esteja relacionada com desequilíbrios de diversos neurotransmissores do sistema nervoso central, mais precisamente da serotonina.
Também a causa do Transtorno Dismórfico Corporal é desconhecida, embora existam relatos de algum envolvimento orgânico em casos que tiveram início pós-encefalite ou meningite. Isso reforça a hipótese de envolvimento ou disfunção dos gânglios da base nestes quadros. Essa mesma hipótese tem sido emprestada ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo e outros transtornos do espectro obsessivo-compulsivo.
Para Pope, pode-se recorrer a fármacos que atuem sobre esses neurotransmissores para o tratamento dessa doença. A própria resposta positiva dos medicamentos bloqueadores seletivos da recaptação de serotonina tem sugerido que os sintomas de Transtorno Dismórfico Corporal estejam relacionados à função da serotonina. Existem relatos de exacerbação dos sintomas do quadro com o uso de maconha, a qual também tem ação serotoninérgica.

Entretanto, a psicoterapia é fundamental e deve ser, preferencialmente, comportamental e cognitiva. O objetivo é modificar a conduta da pessoa, recuperando sua autoestima e superando o medo do fracasso social.

Incidência
Os transtornos derivados da excessiva preocupação com o corpo estão se convertendo numa verdadeira epidemia. Desejar com ardor uma imagem perfeita não implica sofrer de uma doença mental, mas aumenta as possibilidades de que esta apareça. Ainda que haja hipóteses biológicas para estes transtornos, como por exemplo, eventuais alterações nos desequilíbrios nos níveis de serotonina e outros neurotransmissores cerebrais, não cabem dúvidas de que os fatores sócio-culturais e educativos têm uma grande influência em sua incidência.
Os portadores de Vigorexia são, em sua maioria, homens entre 18 e 35 anos, os quais começam a dedicar demasiado tempo (entre 3 e 4 horas diárias) a atividade de modelação física, resultando em algum tipo de prejuízo sócio-ocupacional. A idade de início mais comum do Transtorno Dismórfico Corporal também é no final da adolescência ou início da idade adulta. A média de idade está em torno dos 20 anos, não sendo raro que o diagnóstico seja feito mais tardiamente. Por causa dessas coincidências é que a Vigorexia (ou Transtorno Dismórfico Muscular) pode ser incluída dentro do Transtorno Dismórfico Corporal.
Segundo dados de Pope, entre 9 milhões de norte-americanos que freqüentam academias de ginástica, existe perto de um milhão de pessoas afetadas por um transtorno de ordem emocional que os impede ver-se como são na realidade. Por mais treinamento que essas pessoas realizem, por mais musculatura que desenvolvam, elas sempre se acharão fracas, débeis, raquíticas e sem nenhum atrativo físico. Esses seriam os vigoréxicos.
Referências Bibliográficas
Shoi PY, Pope HG Jr, Olivardia R. - Muscle dysmorphia: a new syndrome in weightlifters - Br J Sports Med. 2002 Oct;36(5):375-6; discussion 377.
Kanayama G, Cohane GH, Weiss RD, Pope HG. - Past anabolic-androgenic steroid use among men admitted for substance abuse treatment: an underrecognized problem? - J Clin Psychiatry. 2003 Feb;64(2):156-60.
Kanayama G, Pope HG, Cohane G, Hudson JI. - Risk factors for anabolic-androgenic steroid use among weightlifters: a case-control study - Drug Alcohol Depend. 2003 Jul 20;71(1):77-86.
Mangweth B, Hausmann A, Walch T, Hotter A, Rupp CI, Biebl W, Hudson JI, Pope HG Jr. - Body fat perception in eating-disordered men - Int J Eat Disord. 2004 Jan;35(1):102-8.
Mangweth B, Hudson JI, Pope HG, Hausmann A, De Col C, Laird NM, Beibl W, Tsuang MT. - Family study of the aggregation of eating disorders and mood disorders - Psychol Med. 2003 Oct;33(7):1319-23.
Ballone GJ - Vigorexia - in. PsiqWeb, Internet, disponível em revisto em 2004

Leia este artigo: "Pelo Menos Essa Não Me Pega, publicado no jornal O Estado de São Paulo de 19 de setembro de 1999, João Ubaldo Ribeiro escreve o seguinte (veja um trecho)

"O desafortunado vigoréxico nunca está satisfeito com seu corpo e se comporta como qualquer viciado em drogas, até deixando o trabalho ser afetado, somente para poder malhar mais. Se acha que não está 100%, não sai de casa para não ser visto em estado para ele deplorável, come obsessivamente o que considera indispensável para seu desenvolvimento muscular, se entope de complementos vitamínicos e até anabolizantes e hormônios, a ponto de muitos morrerem vendendo saúde e robustez ou se suicidarem, pois a taxa de suicídio entre vigoréxicos (nos Estados Unidos estimados em um milhão) é mais alta que no resto da população." Texto de João Ubaldo Ribeiro.
Fonte: http://gballone.sites.uol.com.br/alimentar/vigorexia.html ; acesso em 08 de maio 2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Você Sabia...Atualidades Sobre a Sáude Humana

01 - ALERTA: Sabia que a automedicação causa mais de 20 mil mortes no país por ano? Cuide-se. Notícia completa:

SÃO PAULO - A arriscada prática cultural da automedicação é responsável pela morte de 20 mil pessoas por ano no país, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). Por traz de um remédio aparentemente inofensivo existe o perigo real do enfraquecimento das defesas naturais do corpo. O paciente que busca uma solução para uma enfermidade pode contrair outra.

A automedicação é um ato de irresponsabilidade, tanto para quem consome os medicamentos, quanto para quem os vende sem critérios. Muitos brasileiros buscam seus medicamentos diretamente nas farmácias para solucionar problemas de saúde, como dores de cabeça e crises de pressão arterial. Os analgésicos, anti-inflamatórios e os antibióticos são os medicamentos mais usados pela população de forma incorreta.

Pessoas com menor poder aquisitivo são as mais atingidas pelas estatísticas de óbitos por esta prática. A precariedade e demora nos atendimentos dos hospitais públicos é o principal motivo que leva pessoas a se automedicarem no Brasil, já que pesquisas apontam 1,5 vez maior o consumo em usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Sendo a automedicação um ato praticado por quase toda população de forma desacerbada, o aconselhamento farmacêutico assume atualmente um papel de extrema importância à sociedade. Cabe a este profissional, a sabedoria para entender os tipos de sintomas que causam situações de alerta, que devem ser encaminhados diretamente ao médico ou nas situações menos graves, deve estar totalmente informado para a escolha do medicamento correto.


Para qualquer ação no consumo de medicamentos em farmácias e drogarias é essencial o apoio e o aconselhamento farmacêutico, para que o indivíduo encontre o bem-estar e tenha perante a automedicação uma atitude segura e responsável. Deste modo, o profissional deve estar apto nos seus conhecimentos científicos e práticos e, tentar obter junto ao “doente” o maior número de informação possível, conseguindo assim, classificar a gravidade da situação e tomar decisões assertivas.

No país de baixa renda, onde quase toda população faz a prática da automedicação, o farmacêutico exerce papel fundamental no comércio. Desta forma, o farmacêutico desenvolve sua função sanitária, dispensando não apenas medicamentos, mas trazendo a população seus fundamentais conhecimentos, contribuindo para a saúde em todos os seus aspectos.

Vale lembrar que o farmacêutico não faz diagnósticos de doenças e não pode receitar medicamento, mas pode indicar medicamentos isentos de prescrição e dar orientações sobre os medicamentos que precisam de prescrição médica.

Escrito por Renata Carvalho, jornalista (site: www.farmavagas.com.br - farmacêutico vagas)


Fonte: http://www.criasaude.com.br/news/os-perigos-da-automedicacao-0012.htm em 07/05/2011

02 - Medicamento Genérico:
Um medicamento genérico é a cópia de um medicamento original (=princeps) cuja patente já foi descartada.
Quando um laboratório descobre uma molécula, ele faz a sua patente e a conserva por cerca de 20 anos. Estima-se que são necessários 10 anos para desenvolver um medicamento, desde o seu descobrimento até a sua comercialização.Da comercializaçãoaté o fim da patente sobram em média 10 anos para rentabilizar o medicamento. Passados os 20 anos desde o descobrimento da molécula, e portanto após cair a patente, outros laboratórios podem copiar o medicamento original, falamos então em genérico ou medicamento genérico.

Por quê um medicamento genérico é mais barato do que o original?
Oscustos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de um medicamento genérico são muito mais baixos do que os do medicamento original, pois "somente" os custos da "encapsulação" da molécula (a ciência que estuda este fenômeno é a galênica) e do marketing (incluindo a venda) são necessárias para o seu desenvolvimento. Os custos da pesquisa e desenvolvimento (avaliados em 1,5 milhões de francos em 2007) foram financiados pela firma que comercializa o medicamento original (princeps), é por isso que os medicamentos genéricos, que não têm custos de P&D, podem custar 20% a menos que o medicamento original. Um medicamento genérico consegue ser ainda mais rentável que o original, mesmo sendo 30% mais barato.

Diferenças e pontos em comum entre um medicamento original e o genérico
O medicamento genérico não é 100% idêntico ao medicamento original.

Do ponto de vista químico (molécula paracetamol, por exemplo), os dois se assemelham, em contrapartida, em relação ao efeito do genérico, podem ocorrer diferenças,por exemplo, o efeito de um genérico pode ser mais rápido que o original, ou ele pode ser mais ou até mesmo menos eficaz. A ciência que estuda esses fenômenos é a farmacocinética ou biofarmácia.

Para ilustrar isso, podemos dizer que a relação entre um medicamento genérico e um original pode ser comparada a umarelaçãoentre irmãos do que gêmeos, pelo menos em relação ao efeito (biofarmácia).

Observamos que a maioria dos medicamentos apresentam diferenças pouco significativas para o paciente, isso permite que um médico ou farmacêutico indique um remédio substituto sem nenhum problema. Peça orientações a um farmacêutico para saber se você pode substituir o seu medicamento (você observa diferenças entre o original e o genérico), pois ele é o especialista em genéricos.

Notamos que toda pessoa pode substituir ela mesma um medicamento original por um genérico quando ela se automedica, sendo assim a substituição não é algo exclusivo dos especialistas (farmacêutico e médico).


Fonte: http://www.criasaude.com.br/N6306/medicamento-generico.html acesso em 07/05/2011

03 - Veja isto: Beber refrigerante aumenta o risco de acidente cardiovascular
WASHINGTON – Pessoas que ingerem refrigerante “diet” cotidianamente possuem um maior risco de acidente vascular (61% a mais) em comparação com aqueles que não consomem nenhum refrigerante, de acordo com a pesquisa publicada no dia 16/02/2011.
Este estudo foi realizado com 2.564 pessoas em Nova York, como parte de um projeto chamado “Northern Manhattan Study (nomas)”.


“Se esses resultados forem confirmados por outros estudos, isso indica que o refrigerante diet não é o melhor substituto para as bebidas açucaradas para reduzir o risco cardiovascular”, disse a Dra. Hannah Gardener, epidemiologista da Faculdade de Medicina da Universidade de Miami, Flórida (Sudeste).

Ela é a principal autora deste trabalho apresentado na Conferência Anual Internacional da reunião da American Stroke Association, neste mês em Los Angeles (Califórnia). Para este estudo, os pesquisadores pediram aos participantes no início, que dissessem o tipo e a quantidade de refrigerante que eles consomem.

A partir de suas respostas, eles foram agrupados em sete categorias, desde aqueles que nunca bebem, àqueles que bebiam moderadamente (uma vez por mês a seis vezes por semana) e cotidianamente (pelo menos uma vez por dia).

Durante um período de seguimento de 9,3 anos, houve 559 acidentes vasculares no grupo, incluindo acidente vascular cerebral isquêmico (causado por um coágulo em um vaso) e hemorrágico, decorrente da ruptura de um vaso sangüíneo. Os grandes consumidores de refrigerante “diet” tiveram um risco de acidente vascular 61% superior aos outros.

Os autores do estudo levaram em conta a idade, o sexo e etnia dos participantes, assim como ser fumante, ser fisicamente ativo ou sedentário, seu consumo de álcool e regime alimentar. Mas mesmo tendo em conta outros fatores, como excesso de peso e antecedentes de doença cardíaca, o aumento do risco cardiovascular para aqueles que ingerem refrigerante “diet” cotidianamente ainda era de 48%.
Fonte: http://www.criasaude.com.br/news/refrigerante-acidente-cardiovascular-0004.htm

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dependência Química na Adolescência





Dependência Química na Adolescência





Finalizamos o século XX atropelados pelas incompreensões a respeito da consciência de si mesmo. Nestas proporções iniciamos o século rumo ao terceiro milênio sobrecarregados de dúvidas, incerteza, medo do amanha, desesperança, preguiça patológica, diferenças gritantes entre ricos e pobres, aumento assustador de doenças psicoemocionais, são, talvez, as principais causas que levam os adolescentes a fugirem nas drogas e não se tornarem responsáveis pela própria vida. Um dos agravantes observados nas duas últimas décadas é o grupo de meninas que buscam no álcool e nas outras drogas uma maneira de se igualar ao sexo masculino ou mesmo para competir de igual para igual. Por muito tempo a dependência química era considerada uma doença masculina. Aspectos culturais e sociais que propiciavam o acesso dos homens ao álcool e as drogas levaram a crer que eles são muito mais propensos a usar esses produtos. Por esse motivo, pouco se pesquisou a respeito da drogadicção feminina, e na prática, os programas e centros de tratamento raramente são voltados para o grupo de adolescentes do sexo feminino. No entanto, há sinais de que a predominância de estudos com voluntários homens tenda a diminuir, já que o uso de bebidas e substancias ilícitas se tornou socialmente mais aceitas tanto por adolescente quanto por mulheres adultas. Segundo pesquisas é na população feminina que o uso de bebidas e drogas tem aumentado.

De forma singular, elas podem ser particularmente vulneráveis ao uso de substancia que criam dependência e aos seus efeitos, pois os hormônios sexuais femininos afetam diretamente os circuitos de recompensa do cérebro, influenciando a resposta à droga. Conhecidas como psicodélicas ou alucinógenas, como o LSD, a cocaína e crack – altera profundamente a percepção e a consciência dos estímulos internos e ambientais. Essas substancias podem estar em plantas, produtos de origem animal ou compostos sintéticos. Sua ação sobre o sistema nervoso central causa três efeitos principais: delírios, ilusão e alucinação. O primeiro ocorre quando a pessoa percebe corretamente um estímulo (sonoro, visual ou táctil), mas interpreta erradamente, ou seja, tem uma percepção anormal dessa fonte. O individuo sob o efeito da droga ao ver duas pessoas conversando, julga que ambas o estão caluniando ou mesmo tramam sua morte – delírio persecutório. Na ilusão o individuo ouve – por exemplo – uma sirene e a interpreta como uma trombeta celeste. Já a alucinação é uma percepção sem estimulo algum (no exemplo, não há sirene tocando), mas usuário tem certeza dd que a ouve. As alucinações podem ser sonoras, visuais e gustativas, entre outras.À vezes a pessoa tem a alteração, isto é, ouve o som ou vê algo inexistente, mas sabe que essas percepções não são reais. Nesses casos, o fenômeno pode ser chamado de alucinose, diferindo daqueles em que o usuário acredita que a percepção é real (alucinação) – isto é, que ela existe mesmo.Quando a mulher usa qualquer tipo de droga (incluindo o álcool) no inicio de su ciclo, obtém mais prazer, por isso pode ser mais difícil enfrentar o desafio de deixar a droga.Não podemos deixar de mencionar que vivemos num País, politicamente, ilusório ou enganador, ou seja, não vemos os governantes investirem na educação, nossa saúde publica vai de mala pior, a impunidade é exemplificada nos altos escalões do governo, nossa segurança é falida, o ociosidade na pré e adolescência impera com falta de limites e proibição do trabalho na infância e adolescência através de leis criadas por parlamentares analfabetos em termos “psicosociais” e visão de ser em toda sua integridade, ainda mais, o valor da vida vem se perdendo por todo esses fatores, portanto, viver ou morrer não faz muita diferença perante os adolescentes.


Para fugir ao distress, à correria do dia a dia, à falta de perspectiva para o amanha, dívidas financeiras, culpas pelos fracassos – assim vistos ainda na adolescência, pais imaturos e inseguros tentando criar filhos adultos, narcisismo secundário, ou seja, pais querendo satisfazer seu ego na cobrança do sucesso dos filhos e assim por diante, são desencadeadores de fugas no falso prazer que a droga proporciona.




Outros fatores que poderíamos incluir na fuga através do álcool e outras drogas são a depressão, síndrome do pânico, transtorno bipolar do humor aliados ao processo obsessivo – hoje já aceito pelo OMS (F44.3), onde há a influencia de energia de seres desencarnados levam menos vigilantes a percorrer um caminho de dor e sofrimento através da ilusão do álcool e das drogas ilícitas.Muitas iniciam nas drogas ainda na tenra infância e, não vendo uma saída compensatória, se entregam deliberadamente até a morte, muitas vezes prematura. Em algum nível psíquico parece reconfortante nos deixarmos levar pela herança impregnada pelo pensamento cartesiano e cultivar a tendência de crer que as coisas são de um jeito ou de outro. E pronto. Mas não é bem assim. Num mundo tão múltiplo quanto se tornou o nosso – e considerando a extrema complexidade do funcionamento do cérebro e da mente – é impossível deixar de lado as nuances. Porém, ainda causa estranhamento cogitar a existência de um aspecto benéfico do uso do álcool e das drogas.

Nós profissionais que lidamos diariamente com essas pessoas, muitas das vezes, nos perguntamos o que leva o ser humano a buscar tamanho sofrimento através da ingestão exagerada do álcool e a fazer uso de uma droga de duração curta – quanto aos efeitos imediatos, porém, de grande poder alucinatório, roubando-lhe toda lucidez e consciência d si mesmo e do mundo que o rodeia?
Matéria extraída do Jornal Diário da Manhã: Goiânia, Quinta-feira, 08/12/2010, página 03 Autor: Dr José Geraldo Rabelo. Psicoterapeuta, psicólogo, filosofo, escritor e palestrante. Email: rabelojosegeraldo@yahoo.com.br
















DROGADIÇÃO: Duas drogas que mais ameaçam mais a nossa saúde

Veja quais são as duas drogas que mais ameaçam a saúde humana Uma revisão científica publicada na revista Addiction compilou os ...